Os Pais e os Limites da Autoridade
“ Quando ouvimos psicólogos e educadores falarem sobre regras e limites que devam ser
transmitidos aos filhos por seus pais, nos parece uma tarefa muito fácil. Mas, por que será que na
prática essas questões se transformam em algo tão complicado e difícil ? ”
Primeiro é preciso saber o significado da palavra “ limite”: é o espaço até onde posso ir. É barreira. É saber a diferença entre o que é aceitável ou não, entre o que é essencial ou não, adequado ou não. Disciplina!
A dificuldade em colocar limite está dentro de cada pessoa, como: discernimento de até que ponto deve por limite, ou o confronto com o outro(evitar brigas, magoar, medo de não ser aceito, culpa).
Lidar com limites não é fácil, é necessário que cada pessoa tenha consciência do seu limite para poder “colocar” limite.
É muito importante que pais e mães possam ser amigos de seus filhos, mas, antes de qualquer outra coisa, por amor a seus filhos, os pais têm o dever de educá-los, de colocar limites, estabelecer proibições. Isso é o que se espera de pais amigos de seus filhos, inclusive o que eles precisam, são de pais e mães mais próximos, mais disponíveis, abertos a escutá-los, a discutir e orientá-los naquilo que os pais entenderem necessário fazê-lo.
Mas, precisam igualmente de pais que saibam dizer não, estabelecer o que é certo e o que é errado, e quais os limites que precisam ser seriamente respeitados.
Ausência de limite é esquecer de pedir licença, de dizer muito obrigado, empurrar, xingar, invadir, tomar emprestado e não devolver, não respeitar os idosos, sentir-se dono do mundo.
Temos que levar em consideração mais uma questão: para que os pais possam transmitir limites, inevitavelmente precisam saber lidar com suas próprias questões e problemas relacionados a limites. Sabendo o que é, como se utiliza e para que serve.
São os pais, através de suas atitudes e gestos, que irão influenciar de maneira direta na educação e na disciplina dos filhos.
Pais que tiveram dificuldades em lidar com os limites dados por seus pais, provavelmente, terão grande dificuldade de transmiti-los aos seus filhos. Ou seja, um pai não pode cobrar de um filho comportamentos, valores, atitudes e princípios se o mesmo não fizer uso destes.
Para cobrar atitudes corretas é preciso que se faça uso delas, é essencial que os pais estejam sempre revendo tais comportamentos, a fim de passar para seus filhos o que realmente seja adequado. Os pais devem ter autoridade junto aos seus filhos e não apenas serem figuras punitivas, repressivas, pois ter autoridade é ter firmeza, passar educacionalmente para as crianças ou adolescentes a firmeza de seus valores. Essa é a maneira pela qual a criança vai lidar com seus limites e criar uma boa base para a introjeção das regras sociais na sua vida adulta.
Educar, portanto, não é uma tarefa nada fácil, exige muito esforço, paciência e tranqüilidade. Exige saber ouvir, mas também fazer calar quando é preciso educar.
O medo de magoar ou decepcionar deve ser substituído pela certeza de que o amor também se demonstra sendo firme no estabelecimento de limites e responsabilidades. Educar é um ato de amor que gera confiança e maturidade. Com isso, deve-se fazer ver às crianças e jovens que direitos vêm acompanhados de deveres e que para ser respeitado, deve-se primeiramente respeitar.
Graziele Chalhub
Pedagoga pós-graduada em Educação.